O Cosmos funcionaria da mesma maneira que os videogames mais antigos, onde os jogos já estão gravados no dispositivo e são apenas ativados pelo jogador. Cartões especiais seriam utilizados para selecionar qual jogo deve ser ativado.Até ai tudo bem, nada de novo no videogame. O detalhe está justamente no cartão de jogo, que apresenta duas imagens holográficas que formam efeitos de movimento e profundidade a medida que o game é executado.
Não bastando a perspectiva causada pela holografia, o cartão era posicionado a frente de um painel com alguns leds que, ao acenderem, aumentariam a impressão de movimento da imagem.Na teoria, todos esses efeitos de imagem parecem muito interessantes, mas, infelizmente, o produto final se mostrou falho e pouco divertido.
Como é de se esperar, a imagem mostrada no cartão serviria como background do jogo, ou seja, o jogo aconteceria dentro da imagem. Esse é o primeiro problema, já que mesmo com os efeitos interessantes que as duas imagens fazem, nada no cenário realmente muda.O segundo grande problema está no painel de leds que fica atrás do cartão. São 42 pequenas lâmpadas que tem a função de criar efeitos e gerar toda a movimentação do jogo (personagem principal, inimigos, tiros, etc). A ideia de criar o ambiante com pontos de luz não é tão ruim, o problema é a quantidade limitada de leds, somado com o tamanho exagerado deles.
Durante a New York Toy Fair (Feira de Brinquedos de Nova York) de 1981, Allan Alcorn, Harry Jenkins e Roger Hector mostravam o Cosmos ao publico como um videogame do futuro, com jogabilidade em 3D.
Nove jogos estavam disponíveis no tabletop, eram eles: Asteroids, Basketball, Dodge ´Em, Football, Outlaw, Sea Battle, Space Invaders e Superman.Muitos comentavam que não havia nada de 3D no console, apenas o efeito dos cartões holográficos. Mas o publico em geral pareceu animado com o tabletop, de fato, cerca de 8 mil unidades do Atari Cosmos foram encomendadas em pré-venda, somente com essa primeira demonstração.
Após a feira, vários produtos referentes ao Cosmos começaram a ser produzidos, incluindo as caixas dos console e o material de propaganda. O Atari Cosmos parecia estar prestes a ser lançado quando Ray Kassar (executivo da Atari Inc.) cancelou o projeto.A medida fez com que muitos funcionários da empresa ficassem frustrados e saíssem da Atari, incluindo o principal idealista do projeto Cosmos, Allan Alcorn, que chegou a pronunciar: "Ray Kassar estava muito assustado para tentar entrar no mercado de portáteis e videogames de mesa, o Atari 2600 VCS era a única coisa que ele tinha fé".
Nunca saberemos se o Atari Cosmos seria o sucesso que Alcorn esperava, mas o que podemos acreditar, vendo o console hoje, é que Ray Kassar provavelmente fez a coisa certa em cancelar o projeto.Hoje sabe-se da existência de apenas dois Cosmos funcionais e algumas carcaças sem componentes dentro. Além disso alguns cartões holográficos surgem periodicamente em leilões no ebay.
Redação: João Victor Martins